sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sereno




                   Flávio 
Lindo sonho vivido,
doce ilusão criada,
ativaste em minh'alma
um vulcão adormecido.

Não sei se foi um castigo
de tê- la, sem te ver amada,
mas sem precisar de mais nada
tiraste de meus lábios o sorriso,
me chamando de querido.

Entre sussurros e abraços,
confidências firmando o laço,
brotava o amor incontido!

E como amante e amigo
nessa relação que veio do acaso
brinquei com o tempo e o espaço
vi de volta o tempo perdido.

Quantas vezes li "querido",quantas palavras "meu amado",
de uma parte que eu era de fato,
o meio e o todo foi construído.

Minhas teclas o teu toque sentindo
minhas cordas ecoavam os teus atos,
os meus sons te envolviam em laços,
sentia teu peito explodindo,
teu coração sofrido se abrindo,
mostrando o espírito fortificado.

Mergulhei nesse lago ondulado
e encontrei um oceano lindo.

Ah! adorável destino
de viver esse amor sem retrato,
de te ter e não ver em meus braços
tua imagem de anjo do limbo!

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