quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

"Quando




você olhar para o céu




"Se você se importa




O mundo não existe



amigo é ter no olhar




amigo é ter no olhar 
o brilho de uma canção,
é ter no gesto a ternura da emoção;
é ter na simplicidade a
doçura do coração;
amigo é sempre aprendiz 
na arte de ser e fazer feliz;
é jeito sem preconceito,ação sem discriminação,


é afeto e dedicação;
amigo é a mais linda flor do jardim,
essência sem fim;ausente ou presente

é um presente que Deus deu pra mim e pra você...
amigo é aprender e exercitar
o pleno direito de amar.



Durma com os Anjos!!!

vim te trazer um presente


TR AMO




"Se me fosse dado, um dia,



Traze-me um pouco das sombras serenas




Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
-Vê que nem te digo - esperança!
-Vê que nem sequer sonho - amor!

(Cecília Meireles)

Asa


Asa no espaço



"Asa no espaço, vai pensamento!
Na noite azul, minha alma, flutua!
Quero voar no braços do vento,
quero vogar nos barcos da Lua!

Vai, minha alma, branco veleiro,
vai sem destino, a bússola tonta.
Por oceanos de novoeiro,
corre o impossível, de ponta a ponta.

Quebra a gaiola, pássaro louco!
Não mais fronteiras, foge de mim,
que a terra é curta, que o mar é pouco,
que tudo é perto, príncipio e fim.

Castelos fluidos, jardins de espuma,
ilhas de gelo, névoas, cristais,
palácios de ondas, terras de bruma,
asa, mais alto, mais alto, mais!"

Fernanda de Castro

Bendita sejas tu em meu caminho!

Foto: ❤
Bendita sejas tu em meu caminho!
Bendita sejas tu, pela coragem
com que fizeste de um amor selvagem
esse amor que se humilha ao teu carinho!

Bendita sejas, porque a tua imagem
suaviza toda angústia e todo espinho...
Já não maldigo a insipidez da viagem,
nem me sinto só, nem vou sozinho...

Bendita sejas tantas vezes quantas
são as aves no céu; e são as plantas
na terra; e são as horas de emoção

em que juntos ficamos, de mãos dadas,
como se nossas vidas irmanadas
vivessem por um mesmo coração!


( José G de Araujo Jorge)

O Cântico da Terra


Foto: http://www.facebook.com/groups/249231685198151/Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.

A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.

Cora Coralina

Soneto da rosa




Mais um ano na estrada percorrida Vem, como o astro matinal, que a adora Molhar de puras lágrimas de aurora A morna rosa escura e apetecida. E da fragrante tepidez sonora No recesso, como ávida ferida Guardar o plasma múltiplo da vida Que a faz materna e plácida, e agora Rosa geral de sonho e plenitude Transforma em novas rosas de beleza Em novas rosas de carnal virtude Para que o sonho viva da certeza Para que o tempo da paixão não mude Para que se una o verbo à natureza. Vinícius de Moraes

O primeiro pensamento de Deus foi um anjo



 O primeiro pensamento de Deus foi um anjo. A primeira palavra de Deus foi um homem. Éramos criaturas esvoaçantes, errantes e desejosas de milhares de anos antes que o mar e o vento da floresta nos arrebatassem a palavra. Hoje como poderemos exprimir aquilo que em nós é imemorial, unicamente com os ruídos do nosso passado? A Esfinge só falou uma vez e disse: "Um grão de areia é um deserto e um deserto é um grão de areia, e agora calemo-nos outra vez." Eu ouvi a esfinge mas não a entendi. Uma vez vi o rosto de uma mulher e senti todos os seus filhos que ainda não tinham nascido E uma mulher olhou para mim e aí reconheceu todos os meus antepassados mortos antes de ela ter nascido. 

(Kahlil Gibran)

"ROSAS DE ANTANHO"



                                    Foto: ♥

Desce a tarde outonal ... No salão quieto e mudo,
Véspero sol um hausto inflamado derrama.
Lavra uma febre de ouro. Há frêmitos de chama
Nos bronzes, nos cristais, nas molduras ... em tudo.

E nas jarras de forma esgalgada e franzina,
Chispando á fulva luz, sob a tarde outonal,
As rosas murcham ... Lenta, em magoada surdina,
- Saudade da estação – canta a aura vesperal.

As rosas murcham ... No ar paira o vago e tristonho
Silêncio emocional das almas e das cousas.
As jarras de cristal lembram lúcidas lousas ...
E as rosas murcham, como um sonho, como um sonho ...

E do rútilo poente as rosas amortecem ...
Desfaz-se do horizonte o pomposo cariz.
Ó! morbidez da cor das rosas que emurchecem,
Agonia do aroma, estertor da matiz!

[...]Arthur de Salles

A UM LIVRO



A UM LIVRO


No silêncio de cinzas do meu Ser
Agita-se uma sombra de cipreste,
Sombra roubada ao livro que ando a ler,
A esse livro de mágoas que me deste.

Estranho livro que escreveste,
Artista da saudade e do sofrer!
Estranho livro aquele em que puseste
Tudo o que eu sinto, sem poder dizer!

Leio-o, e folheio, assim, toda a minh'alma!
O livro que me deste é meu, e salma
As orações que choro e rio e canto!...

Poeta igual a mim, ai quem me dera
Dizer o que tu dizes!... Quem soubera
Velar a minha Dor desse teu manto!...

Florbela Espanca

É só me pedir..



É só me pedir...



Eu entro nesse barco, é só me pedir.
Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou.
Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso
preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou.
Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando
em torno de mim mesma.Mas olha, eu só entro nesse barco
se você prometer remar também!
Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes.
Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito,
vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer
que vai remar também, com vontade!
Mas você tem que remar também.
Eu desisto fácil, você sabe.
E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos,
mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
Perco o medo de dirigir só pra atravessar
o mundo pra te ver todo dia.
Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir.
Mas a gente tem que afundar junto
e descobrir que é possível nadar junto.
Eu te ensino a nadar, juro!
Você tem que me prometer
que essa viagem não vai ser a toa,que vale a pena.
Que por você vale a pena.
Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

Caio F. Abreu

OS OLHOS DE QUEM AMA



OS OLHOS DE QUEM AMA


Pode-se descobrir nos olhos de quem ama,
A luz que brilha intensa e faz-se cristalina,
Mostrando a alma toda a se envolver na chama,
De uma paixão imensa e forte que domina.

Força instintiva essa, n'alma adormecida,
Que, ao despertar se agita, cresce e se reponta
Do coração, e muda inteira a nossa vida.
Fazendo a mente, em sonhos,flutuar sem conta.

E assim o olhar de quem se entrega totalmente
À força da paixão, se expande livremente ,
Rompendo da tristeza o denso e negro véu.

Porque depois que o amor no coração desperta,
A gente se transforma e vive igual poeta,
Olhando para o mundo e vislumbrando o Céu.

Sá de Freitas

Nos perdemos


NOS PERDEMOS

O castelo ruiu
Eu te feri e você me feriu
Nos perdemos
Nos magoamos
Nos ofendemos
Há escombros por todos os lados
Olhares perdidos e corações quebrados
De nada te culpo
Todas as chances eu tive
Mas não me fiz presente
Me omiti e fui ausente
Não que você seja perfeito
Na verdade vi em ti um "único" defeito
Sinceramente eu te desejo
Dias coloridos
Caminhos floridos
E sorte nos teus anseios.

Teresa Improta Monnier

Esta em ti


ESTÁ EM TI

Está em ti minha esperança
Um outro passo pra minha dança
O tecer de um novo sonho
Em rimas e versos que componho
Está em ti o meu caminho
Com um amanhecer renovado e mais bonito
Que dê pureza ao sentimento
De um amor imenso a explodir no infinito.

Teresa Improta Monnier

Tuas mãos


TUAS MÃOS

Observo tuas mãos
As mesmas que me embalaram
Me cuidaram
E afagaram
Eram firmes e protetoras
Suaves e acolhedoras
Hoje as vejo trêmulas e enfraquecidas
Mas ainda são tão lindas
Dedos longos de pianista
Pele fina
Mãos de rainha
Mas o tempo como pássaro vôa
Deixa marcas e não perdoa
Minha missão contigo ainda não cumpri
Mas já sei
Há muito te perdi!

Teresa Improta Monnier

Deleite


DELEITE

Pensei!
Pensei em ti...em ti somente
Nos teus abraços
Doce deleite.

Teresa Improta Monnier

Caminhos opostos


CAMINHOS OPOSTOS

...Então eu te via como minha sorte
Meu rumo, meu sul e meu norte
O mundo era de fato azul
Um versinho aqui, ali uma prosa
Eu te dava um sorriso
Você me oferecia uma rosa
E assim a vida ia...
A madrugada morria e o sol sorridente nascia
Hoje...
Restam apenas destroços
E nossos caminhos opostos.

Teresa Improta Monnier

Amante


AMANTE

Conduza-me com sua boca
Leva-me ao delírio
Deixa-me louca
Faça do meu corpo seu mapa
Das minhas curvas sua estrada
Percorra-me
Escá-la-me
Siga os acordes dos meus gemidos
Explore loucamente os meus sentidos
Inunda-me de prazer
Sou sua presa
Sua amante
Seu querer
Sinta minha pela suada
Minhas entranhas molhadas
Deguste o meu sabor
Enlaça-me nos teus braços
Entrego-me a essa noite de amor.

Teresa Improta Monnie

Um novo dia


UM NOVO DIA

O dia nasceu radiante
Abro a janela
Nem chegou a primavera
O sol brilha sorrateiro
Algumas flores enfeitam meu canteiro
Há um NÃO SEI O QUE de alegria
Do ar respiro uma doce magia
A brisa fresca passa e me diz
Que o dia será colorido e feliz
Tomo um banho prolongado
Cabelos escorridos e molhados
Visto um vestido esvoaçante
Saio pela rua...vou avante!
Agora sol...a noite lua
Vida em paz e alma nua.


Teresa Improta Monnier

Trouxe-me


TROUXE-ME

...E nada mais há de abandono
Trouxe-me a noite sem as folhas do outono
Luzes enfeitando teu semblante
Como os raios de um sol itinerante
Trouxe-me um horizonte de sonhos
Tal qual o poeta descreveu
Sem resquícios tristonhos
Nem orgulho sentado no apogeu
Trouxe-me uma paz explícita
Guardou palavras repetidas
Entoou canções já tão antigas
Trouxe-me a vida!
E nessa noite eternizada
Trouxe-me o amor como tela matizada.

Teresa Improta Monnier

Emoção


EMOÇÃO

De fazer feliz o coração

No sorriso despontado na boca
alegrando a face rosada
Paixão de uma alma louca.

Sua presença se faz vida!

Teresa Improta Monnier

O beijo


O BEIJO

Se é pra falar do tal beijo
Digo com propriedade
Já beijei loiro e moreno
Moço e de meia idade

Beijo é coisa muito boa
Quando a boca se uni
A gente sai fora do chão
E vai pro topo do cume

Dizem os homens puritanos
Que beijar é pra profano
Eu beijo pra grande platéia
E por debaixo do pano

Beijo sem constrangimento
A toda hora e momento
Pois o beijo é complemento
Do sentimento de amor

Seja aqui ou onde for
Além de santo remédio o beijo tira do tédio
E é lenitivo pra dor.

Teresa Improta Monnier

Metade


METADE

Metade é algo sem parte
Parte que não se completou
Não se completando faltou
Faltando não esteve
Não estando não ficou
Não ficando é ausencia
Sendo ausencia é vazio
Não persistiu
Nunca existiu.

Teresa Improta Monnier

Poema perdido


POEMA PERDIDO

Procuro um poema inteirinho perdido nas brumas do caminho
Com letras marcadas e rimas vazadas
Misturado em sentimentos
Leve como a aragem ao entardecer
Incandescente como o amor tem que ser
Procuro um poema que luta para sobreviver
Que fala do onírico em tom suave e lírico
E desperta em esperanças a cada amanhecer
Sem mácula e sem destroço
Tão meu
Tão seu
E tão nosso.

Teresa Improta Monnier

É noite ..tudo se sabe



É NOITE TUDO SE SABE

É noite...
Cai uma chuva tão fina
Luzes em meio a neblina
E sonhos teimando em brotar
Vejo a cena do passado
Penso em você ao meu lado
Tanta coisa a relembrar
Sorrisos que foram perdidos
Dias felizes já idos
Levados por um vendaval
Árduos estão os caminhos
Das rosas ficaram espinhos
Orvalho em puro sal
Tantas cenas reprisadas
Como folhas xerocadas
Cortadas por um punhal
Nada muda no enfoque
Não tem rima nem retoque
E já conheço o final
Mas vai longe o pensamento
E por um breve momento
Saudade no peito não cabe
O silêncio é um tormento
Só o ruído do vento

É noite...tudo se sabe.

Teresa Improta Monnier

Entre a madrugada e o amanhecer



ENTRE A MADRUGADA E O AMANHECER

O silêncio da noite cai tão leve quanto uma renda
Nele aporto como se fosse meu cais
Tanta harmonia...tanta paz
Reviver pesadelos, nunca mais...nunca mais!
Há sonhos, esperanças e paixões
Nessa vida repleta de emoções
Entre cantigas e canções
Tudo tão intenso, tudo tão belo
Basta abrir os olhos e ver...
Que quando a noite morre silenciosa
Tudo se renova em um novo amanhecer.

Teresa Improta Monnier

A tua boca



A TUA BOCA

Nenhum sabor me é tão
Deliciosamente sentido
Quanto o da tua boca
Que me entorpece
Me deixa louca!
Ah! A tua boca...
Me lembra uma gruta
Sutilmente sagrada
De onde externam as mais
Dóceis palavras
Adornada com lábios untados
Com o mais sublime néctar 
dos deuses
Tua boca me enternece e me
Estremece
Fonte de prazeres
De paixão
De bem querer
Ao clarear do dia
Até o anoitecer


Teresa Improta Monnier