quinta-feira, 13 de junho de 2013

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música.



Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da
música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes
quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se
chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de
outros.
***
(Clarice Lispector)

Tem uma passagem estreita dentro de mim,


Tem uma passagem estreita dentro de mim,
tão estreita que suas paredes me lenham toda,
mas essa passagem desemboca na largura de Deus.
Nem sempre tenho força para atravessar este
deserto sangrento,mesmo sabendo que,
se me forçar a me doer todo entre as paredes,
mesmo sabendo que desembocarei para a luz aberta
de uma dia trêmulo de sol macio."
***
(Clarice Lispector)

Farei o possível para não amar demais as pessoas,


Farei o possível para não amar demais as pessoas,
sobretudo por causa das pessoas.
Às vezes o amor que se dá pesa,
quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe.
Eu tenho essa tendência geral para exagerar,
e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo.
É uma forma de paz...
***
(Clarice Lispector)


estou infeliz: há um encontro.





Eu me dou melhor comigo mesma quando
estou infeliz: há um encontro.
Quando me sinto feliz, parece-me que sou outra.
Embora outra da mesma.
Outra estranhamente alegre, esfuziante,
levemente infeliz é mais tranqüilo.
Tenho tanta vontade de ser corriqueira e um pouco
vulgar e dizer:
a esperança é a última que morre.

***
(Clarice Lispector)

estou infeliz: há um encontro.
Quando me sinto feliz, parece-me que sou outra.
Embora outra da mesma.
Outra estranhamente alegre, esfuziante,
levemente infeliz é mais tranqüilo.
Tenho tanta vontade de ser corriqueira e um pouco
vulgar e dizer:
a esperança é a última que morre.

***
(Clarice Lispector)

Não me prendo a nada que me defina.



Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia,
mas posso ser solidão... tranqüilidade e inconstância, pedra
e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo,
preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser,
mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que
não quer valer...

***
(Clarice Lispector)

Ouve-me, ouve meu silêncio.


Ouve-me, ouve meu silêncio. O que falo nunca é o
que falo e sim outra coisa. Quando digo "águas abundantes"
estou falando da força de corpos nas água do mundo. Capta
essa outra coisa que na verdade falo porque eu mesma não
posso. Lê a energia que está no meu silêncio.
Ah, tenho medo de Deus e do meu silêncio.
***
(Clarice Lispector)


Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes.



Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes.
E uma alegria solitária pode se tornar patética.
É como ficar com um presente todo embrulhado com papel
enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer:
tome, é seu, abra-o!
Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma
espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, então
raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
(Clarice Lispector)

Farei o possível para não amar demais as pessoas,



Farei o possível para não amar demais as pessoas,
sobretudo, por causa das pessoas.
Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma
responsabilidade na pessoa que o recebe.
Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi
tentar não exigir dos outros senão o mínimo.
É uma forma de paz...
Também é bom porque em geral se pode ajudar muito
mais as pessoas quando não se está cega de amor.

(Clarice Lispector)

Não me prendo a nada que me defina.



Não me prendo a nada que me defina. sou companhia,
mas posso ser solidão. tranqüilidade e inconstância, pedra e
coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo,
preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser,
mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que
não quer valer…
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e
sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca.

(Clarice Lispector)

BOA TARDE


QUEM INVENTOU O AMOR...

A DISTÂNCIA...

''QUERO VOCÊ''

QUERENDO VER O MAR!

PALAVRAS NA CARA!

META DO DIA!

''É ELA''

Se quer alguém...

'Nada é pequeno no amor



''Nada é pequeno no amor. Quem espera as grandes ocasiões para provar a sua ternura não sabe amar''.

*Não deixe de demonstrar o seu amor todos os dias,hoje é dia dos namorados,mais amanhã depois e depois continua sendo,afinal você esta ao lado da pessoa amada todos os dias 

Amar



Amar, porque nada melhor para a saúde que um amor correspondido.

Vinícius de Moraes

Com o coração




Hoje eu não quero conversas vestidas de uniforme. Diálogos impecavelmente arrumados que não deixam o coração à mostra. As palavras podem sair de casa sem maquiagem. Podem surgir com os cabelos desalinhados, livres de roupas que as apertem, como se tivessem acabado de acordar. Dispensa-se tons acadêmicos, defesas de tese, regras para impressionar o interlocutor. O único requinte deve ser o sentimento. É desnecessário tentar entender qualquer coisa. Tentar solucionar qualquer problema. Buscar salvamento para o quer que seja.Hoje eu não quero falar sobre o quanto o mundo está doente. Sobre como está difícil a gente viver. Sobre as milhares de coisas que causam câncer. Sobre as previsões de catástrofes que vão dizimar a humanidade. Sobre o quanto o ser humano pode ser também perverso, corrupto, tirano e outras feiúras. Sobre os detalhes das ações violentas noticiadas nos jornais. Não quero o blablablá encharcado de negatividade que grande parte das vezes não faz outra coisa além de nos encher de mais medo. Não quero falar sobre a hipocrisia que prevalece, sob vários disfarces, em tantos lugares. Hoje, não. Hoje, não dá. Não me interessam o disse-que-disse, os julgamentos, a investigação psicológica da vida alheia, os achismos sobre as motivações que fazem as pessoas agirem assim ou assado, o dedo na ferida.Hoje eu não quero aquelas conversas contraídas pelo receio de não se ter assunto. A aflição de não se saber o que fazer se ele, de repente, acabar. O esforço de se falar qualquer coisa para que a nossa quietude não seja interpretada como indiferença. Hoje eu não quero aquelas conversas que muitas vezes acontecem somente para preenchermos o tempo. Para tentarmos calar a boca do silêncio. Para fugirmos da ameaça de entrar em contato com um monte de coisas que o nosso coração tem pra dizer. Além do necessário, hoje não quero falar só por falar nem ouvir só por ouvir. Que a fala e a escuta possam ser um encontro. Um passeio que se faz junto. Um tempo em que uma vida se mostra para a outra, com total relaxamento, sem se preocupar se aquilo que é mostrado agrada ou não. Se aumenta ou diminui os índices de audiência.Hoje, se quiser, se puder, se souber, me fala de você. Da essência vestida com essa roupa de gente com a qual você se apresenta. Fala dos seus amores, tanto faz se estão perto do seu corpo ou somente do seu coração. Fala sobre as coisas que costumam fazer você sintonizar a frequência do seu riso mais gostoso. Fala sobre os sonhos que mantêm o frescor, por mais antigos que sejam. Fala a partir daquilo em você que não desaprendeu o caminho das delícias. Do pedaço de doçura que não foi maculado. Da porção amorosa que saiu ilesa à própria indelicadeza e à alheia. A partir daquilo em você que continuou a acreditar na ternura, a se encantar e a se desprevenir, apesar de tantos apesares. Conta sobre as receitas que lhe dão água na boca. Sobre o que gosta de fazer para se divertir. Conta se você reza antes de adormecer.Hoje, me fala de você. Dos momentos em que a vida lhe doeu tanto que você achou que não iria aguentar. Fala das músicas que compõem a sua trilha sonora. Dos poemas que você poderia ter escrito, de tanto que traduzem a sua alma. Senta perto de mim e mesmo que estejamos rodeados por buzinas, gente apressada, perigos iminentes, faz de conta que a gente está conversando no quintal de casa, descascando uma laranja, os pés descalços, sem nenhum compromisso chato à nossa espera. A gente já brincou tanto de faz-de-conta quando era criança, onde foi que a gente esqueceu como se chega a esse lugar de inocência? Fala da lua que você admirou outra noite dessas, no céu. Da borboleta que lhe chamou à atenção por tanta beleza, abraçada a alguma flor, como se existisse apenas aquele abraço. Diz se quando você acorda ainda ouve passarinhos, mesmo que não possa identificar de onde vem o canto. Diz se a sua mãe cantava para fazer você dormir.Senta perto e me conta o que você sentiu quando viu o mar pela primeira vez e o que sente quando olha pra ele, tantas vezes depois. Se tinha jardim na casa da sua infância, me diz que flores riam por lá. Conta há quanto tempo não vê uma joaninha. Se tinha algum apelido na escola. Se consegue se imaginar bem velhinho. Fala da sua família, a de origem ou a que formou. Das pessoas que não têm o seu sobrenome, mas são familiares pra sua alma. Fala de quem passou pela sua vida e nem sabe o quanto foi importante. Daqueles que sabem e você nem consegue dizer o tamanho que têm de verdade. Fala daquele animal de estimação que deitava junto aos seus pés, solidário, quando você estava triste. Diz o que vai ser bacana encontrar quando, bem lá na frente, olhar para o caminho que fez no mundo, em retrospectiva.Podemos falar abobrinhas, desde que sejam temperadas com riso, esse tempero que faz tanto bem. A gente pode rir dos tombos que você levou na rua e daqueles que levou na vida, dos quais a gente somente consegue rir muito depois, quando consegue. A gente pode rir das suas maluquices românticas. Das maiores encrencas que já arrumou. Das ciladas que armaram para você e, antes de entender que eram ciladas, chegou até a agradecer por elas. De quando descobriu como são feitos os bebês. A gente pode rir dos cárceres onde se prendeu e levou um tempo imenso pra descobrir que as chaves estavam com você o tempo todo. Das vezes em que se sentiu completamente nu diante de um Maracanã, tamanha vergonha, como se todos os olhos do mundo estivessem voltados na sua direção. Das mentiras que contou e acreditaram com facilidade. Das verdades que disse e ninguém levou a sério.
Não precisa ter pauta, seguir roteiro, deixa a conversa acontecer de improviso, uma lembrança puxando a outra pela mão, mas conta de você e deixa eu lhe contar de mim. Dessas coisas. De outras parecidas. Ouve também com os olhos. Escuta o que eu digo quando nem digo nada: a boca é o que menos fala no corpo. Não antecipe as minhas palavras. Não se impaciente com o meu tempo de dizer. Não me pergunte coisas que vão fazer a minha razão se arrumar toda para responder. Uma conversa sem vaidade, ninguém quer saber qual história é a mais feliz ou a mais desditosa.
Hoje eu quero conversar com um amigo pra falar também sobre as coisas bacanas da vida. As miudezas dela. A grandeza dela. A roda-gigante que ela é, mesmo quando a gente vive como se estivesse convencido de que ela é trem-fantasma o tempo inteiro. Um amigo pra falar de coisas sensíveis. Do quanto o ser humano pode ser também bondoso, honesto, afetuoso, divertido e outras belezas. Dos lugares onde nossos olhos já pousaram e daqueles onde pousam agora. Um amigo para conversar horas adentro, com leveza, de coisas muito simples, como a gente já fez mais amiúde e parece ter desaprendido como faz. Um amigo para se conversar com o coração.E se não quisermos, não pudermos, não soubermos, com palavras, nos dizer um pouco um para o outro, senta ao meu lado assim mesmo. Deixa os nossos olhos se encontrarem vez ou outra até nascer aquele sorriso bom que acontece quando a vida da gente se sente olhada com amor. Senta apenas ao meu lado e deixa o meu silêncio conversar com o seu. Às vezes, a gente nem precisa mesmo de palavras.

Ana jácomo

Lembrar de você




Lembrar de você me aquece:é feito um pé de sol que eu cultivo na memória.

Ana jácomo

Simples assim



Simples assim: a cura começa com a ternura.

Ana Jácomo

É terrível viver contando moedinhas de afeto.



É terrível viver contando moedinhas de afeto.

Ana Jácomo

Não há como retornar




Não há como retornar ao que já não existe nem como adiantar o relógio para se chegar rapidamente ao que ainda não é.

Ana Jácomo

Gosto




Gosto de gente de verdade. Se você não consegue ser, por favor, não perca o seu tempo comigo.

Ana Jácomo

Na própria pele




Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável, mesmo convivendo com tantas perguntas que o tempo não respondeu e com a ausência de qualquer garantia de que ele ainda responda. É me sentir confortável, mesmo entendendo que as respostas que tenho mudarão, como tantas já mudaram, e que também mudarei, como eu tanto já mudei,mesmo sentindo que cada vez mais eu sei cada vez menos, e não saber, ao contrário do que já acreditei, pode nos fazer vislumbrar uma liberdade incrível, às vezes. Tem saber que é nítida sabedoria, que fortalece, que faz clarear, mas tem saber que é apenas controle disfarçado, artifício do medo, armadilha da dona auto sabotagem,mesmo percebendo que a minha vida não tem lá tanta semelhança com o enredo que eu imaginei para ela na maior parte da jornada e que nem por isso é menos preciosa. É me sentir confortável, cabendo sem esforço e com a fluidez que eu souber, na única história que me é disponível, que é feita de capítulos inéditos, e que não está concluída: esta que me foi ofertada e que, da forma que sei e não sei, eu vivo,mesmo acessando, vez ou outra, lugares da memória que eu adoraria inacessíveis, tristezas que não cicatrizaram, padrões que eu ainda não soube transformar, embora continue me empenhando para conseguir. É me sentir confortável, mesmo sentindo uma saudade imensa de uma pátria, aparentemente utópica, onde os seus cidadãos tenham ternura, respeito e bondade, suficientes, para ajudar uns aos outros na tecelagem da paz e no desenho do caminho.Estarmos na nossa própria pele não é fácil e essa percepção é capaz de nos humanizar o bastante para nos aproximarmos com o coração do entendimento do quanto também não seria fácil estarmos na pele de nenhum outro. Por maiores que sejam as diferenças, as singularidades de enredo, as particularidades de cenário, não nos enganemos: toda gente é bem parecida com toda gente. Toda gente é promessa de florescimento, anseia por amor, costuma ter um medo absurdo e se atrapalhar à beça nessa vida sem ensaio.
Depois de tantas buscas, encontros, desencontros, acho que a minha mais sincera intenção é me sentir confortável, o máximo que eu puder, estando na minha própria pele. É me sentir confortável o suficiente para cada vez mais encarar os desconfortos todos fugindo cada vez menos, sabendo que algumas coisas simplesmente são como são, e que eu não tenho nenhuma espécie de controle com relação ao que acontecerá comigo no tempo do parágrafo seguinte, da frase seguinte, da palavra seguinte. É me sentir confortável o suficiente para caminhar pela vida com um olhar que não envelhece, por mais que eu envelheça, e um coração corajoso, carregado de brotos de amor.

Ana jácomo

Não há nada



"Não há nada que você possa fazer que não possa ser feito
Nada que você possa cantar que não possa ser cantado
Nada que você possa dizer, mas você pode aprender como jogar o jogo...É fácil: Tudo o que você precisa é de amor" 

The Beatles