quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Suponho que me entender













Suponho que me entender 
não é uma questão de inteligência 
e sim de sentir, de entrar em contato... 
Ou toca, ou não toca.

(Clarice Linspector) 

Eu escrevo







Eu escrevo sem esperança de que o que
eu escrevo altere qualquer coisa.
Não altera em nada... Porque no fundo
a gente não está querendo alterar as coisas. A gente
está querendo desabrochar de um modo ou de outro...

(Clarice Linspector)



Não quero ter a terrível limitação





Não quero ter a terrível limitação de quem
vive apenas do que é passível de fazer sentido.
Eu não: Quero é uma verdade inventada.

(Clarice Linspector)


Que ninguém se engane,





Que ninguém se engane,
só se consegue a simplicidade
através de muito trabalho.

-Clarice Lispector-

Estou por assim dizer






Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?

Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.

(Clarice Linspector)

Que não me entendam







Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

( Clarice Linspector )

Sinto a falta dele




Mas há a vida


Liberdade





Liberdade é pouco.
O que eu desejo
ainda não tem nome.

(Clarice Linspector)

BELA NOITE

DIZEM

BOA NOITE