quarta-feira, 6 de junho de 2012

O quase




Pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase! 

É o quase que me incomoda, que me entristece... 

É que ele traz 

Tudo que poderia ter sido e não foi. 


Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase amou não amou. 

Basta pensar nas oportunidades 

Que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nasideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver nooutono. 


Muitas vezes eu me pergunto o que leva a gente a escolher uma vida morna. 

Ou melhor: 

Não me pergunto, contesto. 

A resposta eu sei de cor. 

Está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dosabraços, na indiferença dos "bom dia" quase sussurrados. 


Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, 

Os dias seriam nublados e o arco-íris teria tons de cinza. 


O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma. 

Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. 

Pros erros há perdão. 

Pros fracassos, chance. 

Pros amores impossíveis, tempo. 


De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. 

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. 


Não deixe que a saudade sufoque, 

Que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. 

Desconfie do destino e acredite em você. 

Gaste mais horas realizando que sonhando... 

Fazendo que planejando.