sábado, 8 de dezembro de 2012

Gosto de Saudades


Gosto de Saudades

Não sei se saudades tem cor.
Dizem que sim
O que eu sei é que ela tem forma
Tem gosto. Tem cheiro e peso também.
E, acreditem, ela tem asas!
Se não, como nos transportaria 
Tantas vezes a lugares 
Tão distantes?
E sei ainda que ela se agiganta 
Quando mais tentamos 
Diminuí-la. 
Sei que ela dói de dor 
Intensa e sem remédio
Se não fosse ela, não sei se teríamos consciência 
Do tamanho da importância 
Das pessoas para gente
Porque quando amamos alguém
A saudades já chega por antecipação, sorrateira
Disfarçada de algo que não conseguimos decifrar
É aquela dor fininha 
De não sei o que, a angústia boba que nos invade só de imaginar 
A separação
E a gente fica meio sem saber 
O que fazer
Mas é assim... 
É uma dor que gostamos 
De sentir, um sabor que 
Queremos provar, é algo 
Que não sabemos explicar
Mas é quase palpável
É amor disfarçado de muita coisa
São emoções guardadas bem lá no fundo
Saudades... Do que foi 
E do que vai ser
Saudades
Que nos acompanha para 
Diminuir a solidão 
E que nos mostra, sobretudo 
Que estamos vivos.
Aprendi ainda que saudades não mata.
É só quase
A gente pensa que vai morrer
Mas sobrevive sempre
Porque ela traz escondidinha nela uma outra coisa 
Que chamamos de esperança
Que nos ajuda a caminhar
Porque saudades, como o amor, não é cega
Saudades vê mais além.

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