sábado, 15 de setembro de 2012

De um filho que perdeu o pai



São pelas palavras nunca ditas
Pelos abraços que não se encontrarão
Pelos beijos que ficaram pra depois
Pelo tempo pouco dedicado

Pelo sorriso meio sem graça

Quando teve o puxão de orelha
Pelos conselhos infindos
Com o objetivo de ensinar

É pelo sentimento reservado

Aquela vergonha de dizer Eu te amo
É pelo agradecimento que ficou engasgado
E pela lágrima sufocada

Quando a morte veio e tirou de mim

O bem amado mal amado
O herói da minha vida
O gene da minha história

Desperdicei tanto tempo

Para reconhecer agora
Diante do funeral
Trazendo o que devia

Flores nas mãos que não dei em vida

Admiração e gratidão que prendi tanto tempo
E um adeus tão cedo e expresso
Nas lágrimas de saudade.


(J.L.
)

Nenhum comentário:

Postar um comentário