Navegando
Busco
no espaço branco de minha tela inspiração para versos não escritos.
Navego com a intenção da caravela que leva em seu bojo os proscritos.
Povoar de rimas e versos novos, este pedaço branco mal descoberto,
como se palavras fossem povos
que pisam em terra com ar incerto.
Descubro-me descobrindo minhas palavras dobrando o cabo de meus tormentos
faço
de tantas letras minhas escravas e navego ao sabor dos elementos.
Exploro com a voracidade do posseiro e mal semeio, mal cuido desses espaços
extraio
sem cuidados e sem canteiros deixando desertos sob meus passos.
Mas, olho para trás e vejo espantado que a terra não ficou vazia restou,
sobre este
chão pisado a lavra de minha poesia.
Mauro
Gouvêa
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário