"Não me dou paz sequer um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de
apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a
respiração e virar asma.(...)0 Brigo com o bom senso. Ou sinto calor
demais ou sinto frio demais. Uma ânsia de ser feliz maior do que a
coordenação dos braços. Um arroubo de abraçar e de se repartir, de se
fazer conhecer, que assusta. Parece agressivo, mas é exagerado. Conto
tragédias de forma engraçada, falo de coisas engraçadas como uma
tragédia. Nunca o riso ou o choro acontece quando quero. Cumprimento
como se fosse uma despedida. Desço a escada de casa ao trabalho com
resignação, mas subo na volta pulando os degraus. Esse sou eu: que vai
pela esperança da volta."
- Fabrício Carpinejar
Nenhum comentário:
Postar um comentário