
palavras loucas de amor
que eu demoro soletrar.
Desvenda meu mundo de códigos
e espalha meus segredos
ao amanhecer,
-e me arranha-
Diante dos meus espelhos, dança.
faz acrobacias,
traduz versos
de um poema qualquer
e recita sorrindo,
fazendo de mim
o que bem quer.
Depois me despe
trapo por trapo,
até amadurecer.
Me apanha
como fruta do pomar,
perfuma meu corpo
com seu hálito de romã
-E me cheira-
Zomba por eu te amar tanto,
depois engole,
costela por costela
até eu me render
me fazer morar
dentro de ti,
e acolher
célula por célula,
até eu me tornar
libélula,
que pousa em tua pele.
sem mais saber voar.
Marcos tavares de souza
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