sábado, 24 de novembro de 2012

DIÁLOGO INTERIOR..



DIÁLOGO INTERIOR...

Ante o infinito, 
Cismo e medito. 
Mas vou pensando 
E interrogando. 

Dialogo a esmo 
Comigo mesmo. 

— Tudo convida 
A amar a vida. 

— E amar se deve 
A um bem tão breve? 

A vida é bela 
No que revela... 

— Mas como existe 
O homem tão triste? 

— A vida é a luta 
Divina e bruta. 

— Onde o heroísmo: 
Páramo ou abismo? 

— A vida encerra 
Os bens da terra. 

— Se esses dons temos, 
Por que sofremos? 

— A vida inquieta 
É a mais completa. 

— Mas por que a alma 
Aspira à calma? 

— A vida é intensa 
Para quem pensa. 

— E onde a esperança, 
Que não descansa? 

— A vida é pura 
Quando há ventura. 

— E por que sinto 
A ânsia do instinto? 

— A vida é chama, 
Que apura e inflama. 

— Por que a resumo 
Em névoa e fumo? 

— A vida é a glória 
Sempre ilusória. 

— Mas como é insano 
O sonho humano? 

— A eterna esfinge 
Ninguém atinge... 

— Que reticências 
Nas existências!


Da Costa e Silva

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