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domingo, 4 de dezembro de 2011
CAMISOLA DE SEDA
Meu pensar transpõe vidraças
Enquanto degusto vinho às taças
Queimando-me em labareda,
Com o pensar voando pelo infinito
Em busca do que há de mais bonito
Dentro de tua camisola de seda.
Vai meu pensar! Corta o ar,
E vá aonde deve estar
O que queres, te envereda...
E ao chegar, de mansinho
Te esponhas antes com carinho
À bela da camisola de seda...
Ela, até em suas quimeras,
Por nossa presença espera
Mas, por conveniência, não segreda...
E por isso é que ela cobre
As suas partes mais nobres
Com uma camisola de seda.
Mas vá meu pensar, e leva
Todo este desejo que se conserva
Em meu íntimo com medo,
E quem sabe ela, ao ver-te presente
Retire a camisola de seda, e finalmente
Nos revele os seus segredos.
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