quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Plena Mulher


Plena mulher, maçã carnal, lua quente, espesso aroma de algas, lodo e luz pisados,
que obscura claridade se abre entre tuas colunas ?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos ?
Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas, com ar opresso e bruscas tempestades de farinha: amar é um combate de relâmpagos e dois corpos por um só mel derrotados.
Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito, tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos, e o fogo genital transformado em delícia corre pelos tênues caminhos do sangue até precipitar-se como um cravo noturno, até ser e não ser senão na sombra de um raio.
Pablo Neruda

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