Chora, RioCibele Carvalho
Minha cidade desperta
ainda estarrecida,
com a fúria da natureza
que castiga sua beleza,
e mexe com a sua vida.
Seu povo triste, perplexo,
observa e espera,
sem ver onde está o nexo
dessa fúria ensandecida.
Criticam-se os governantes
- certo, foram omissos -
mas, contra a força das águas
que vertem copiosamente,
não há obra que aguente,
temos que entender isso.
Somos vítimas e algozes,
já que contribuímos
com nossos modos ferozes
de descuido e destruição.
Fazemos o que não devemos,
lavamos a nossa mão.
Deixamos que o nosso próximo
se encarregue da questão.
E , esperando sentados,
não tomamos os cuidados
- pecamos por omissão.
Agora, só resta o pranto
por tanta destruição.
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