segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Saudades de quem nunca vi


Lá fora chove o calado momento
Que repassa na alma, ansiedades…
Saltam inquietas chamas de dentro
Do meu peito, alagadas saudades

Com frios dedos por não te tocar
Incendeio a razão que me ilumina…
O trovão estoira silenciando o sonhar
De sentir tua boca colada na minha

A noite suspira num suave vento
E rouba às flores o perfume de ti…
Sobrevoa oceanos banhados de alento
Que chegam como um jardim… até mim

Os rios se unem em abraços
Com luz de sol em raios de beleza …
Sublimes rosas desfolhadas em estilhaços
Resvalam nos muros da destreza

No beiral da janela do meu cogitar
Morro na saudade que criei…
Respiro o ar que me traz o teu olhar
Como um retrato que imaginei

Na angústia apertada do sossego
Tentas fugir, mas não escapas de mim…
Salta de dentro do meu aconchego
Saudades de quem nunca vi
.

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